MUDANÇAS CLIMÁTICAS – CLIMA E BIOMA
O clima define as características e as fronteiras dos biomas terrestres. A distribuição e estrutura básicas dos ecossistemas é resultado de um processo evolutivo de dezenas de milhares de anos, governado principalmente pelas interações entre variáveis bióticas, climáticas e geológicas. Esta interação gera mecanismos de feedback entre os compartimentos (biosfera/atmosfera), e ao longo da história o resultado destas interações reproduz o padrão natural de distribuição dos biomas e consequentemente da biodiversidade. Toda e qualquer alteração na estrutura dos biomas que não satisfaça esta trajetória evolutiva pode ser atribuída a processos de aclimatização que está relacionado às mudanças súbitas cíclicas ou não nas variáveis climáticas. Portanto, as respostas dos biomas ao clima estão intimamente relacionadas com os mecanismos de feedback gerados pela biosfera. Na prática esses mecanismos correspondem aos diversos meios com os quais a vegetação se ajusta às mudanças. Um exemplo muito comum deste processo é observado na ciclagem da água em biomas cuja vegetação esteja submetida a estresse hídrico. As respostas dos biomas ao clima são geradas em uma escala característica, que é a dimensão no tempo ou no espaço sobre a qual as variações geradas podem ser percebidas. Sendo assim, a escala pode ocorrer em centenas de anos ou em curto espaço de tempo, como podemos observar com mais clareza nos últimos trinta anos. As mudanças climáticas em curso têm efeitos sobre os mais diversos biomas do planeta e suas conseqüências ainda são fonte de muitos estudos. Em geral as principais respostas geradas por estes biomas estão associadas ao aumento da temperatura e por alterações no padrão de outras variáveis climáticas como umidade. Em escala global, o agravamento do efeito estufa e das alterações que o mesmo causa no clima, tem sido o agente determinante para os atuais ajustamentos dos biomas. Muito embora o efeito estufa seja um processo natural, seu agravamento vem se tornando prejudicial à estabilidade do clima global. O clima do planeta sempre passou por transformações, a história geológica da terra registrou ciclos de aquecimento e resfriamento bem pronunciados ao longo do tempo. Porém o que se observa atualmente é que desde a Revolução Industrial, as mudanças nos biomas causadas pelas variações do clima ocorrem num ritmo mais rápido e estão sendo determinadas pelo aumento da temperatura, que cresce numa velocidade sem precedentes. O principal fator que determina a cobertura vegetal de uma região como floresta ou savana, é a duração da estação seca. As atividades antrópicas como o desmatamento, fragmentação florestal, e a exploração madeireira por si só são suficientes para redução das chuvas na Amazônia e contribuem para agravar os efeitos danosos da estação seca prolongada. Porém, embora a maioria dos modelos de clima e emissão de carbono faça previsões de mudanças na estrutura do ecossistema amazônico, um estudo recente assegura que a Amazônia é mais resistente à seca do que se pressupõem. A pesquisa sugere que a floresta intacta pode ser mais resiliente do que os modelos de ecossistema assumem, pelo menos em resposta a anomalias climáticas de curta duração. Foi demonstrado que a floresta reagiu positivamente ao aumento de calor e radiação solar durante a seca de 2005. O estresse hídrico sob o qual estava a vegetação, não foi suficiente para anular o rebrotamento da floresta, que aconteceu somente pelo estímulo da radiação solar. Com isso, a pesquisa pode contribuir para elaborar modelos mais precisos de previsão climática, que até então consideram a vegetação do bioma amazônico altamente sensível aos eventos de seca. No entanto, se as previsões se concretizarem, durante o processo de aquecimento na Amazônia a floresta liberaria grande parte dos 70 bilhões de toneladas de carbono estocados na sua biomassa, gerando um pulso crescente de emissão de CO2, contribuindo para acelerar o efeito estufa. Desta forma, assim como já ocorre em outros biomas do planeta, o bioma amazônico passaria a ser fonte de gases do efeito estufa – GEE, e não mais retentor desses gases. As mudanças na característica natural da Amazônia potencializariam as alterações já em curso no clima regional e poderiam ter implicações globais. Paulatinamente, os serviços ambientais gerados pelo bioma amazônico como manutenção do ciclo hidrológico na região, sequestro de carbono entre outros, poderão ser substituídos por capacidades distintas características da nova vegetação.Jornal Imparcial-Marco Alegre
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