MUDANÇAS CLIMÁTICAS –
POTENCIAL DE AQUECIMENTO GLOBAL
Mudanças climáticas – Potencial de aquecimento Global. O impacto dos gases de efeito estufa no sistema climático pode ser expresso em termos de métricas de emissões. As métricas de emissões permitem comparar o efeito potencial da emissão de vários gases-estufa e auxiliam nas formulações de políticas públicas, em relação às mudanças do clima. A contribuição efetiva de cada gás na atmosfera deve ser ponderada pelo seu peso molecular, seu tempo médio de permanência na atmosfera e pelo efeito de aquecimento cumulativo de cada gás. As métricas adotadas pelo IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima são: a) Potencial de Aquecimento Global; b) Potencial de Temperatura Global; e c) Dióxido de Carbono Equivalente.
O Global Warming Potential – GWP ou Potencial de Aquecimento Global estima a contribuição relativa de um determinado gás de efeito estufa para o aquecimento global, em relação à mesma quantidade de um gás de referência (CO2) cujo GWP é definido como 1 (kl). Esta métrica permite calcular quanto uma molécula de cada um deles aquece a Terra, em relação ao tempo que eles permanecem no ar antes de serem quebrados ou absorvidos. O Global Temperature Potential – GTP ou Potencial de Temperatura Global indica o potencial da variação da temperatura à superfície devido à emissão de um determinado gás de efeito estufa, adotando-se como referência a emissão de um determinado gás (CO2). O Carbon Dioxide Equivalent – CO2-e ou Dióxido de Carbono Equivalente é obtido através da multiplicação das toneladas emitidas dos gases em referência, por seu potencial de aquecimento global. Este índice é utilizado para comparar as emissões de vários gases, baseado no Potencial de Aquecimento Global em um horizonte de tempo determinado. O Dióxido de Carbono Equivalente é a quantidade de emissões de CO2 que causaria o mesmo forçamento radiativo que uma quantidade emitida de um gás de efeito estufa bem misturado ou uma mistura de gases de efeito estufa bem misturados, todos multiplicados por seus respectivos potenciais de aquecimento global para levar em conta os diferentes tempos em que permanecem na atmosfera.
Uma vez que o Protocolo de Montreal determinou o fim da utilização dos clorofluorcarbonos, principais responsáveis pela destruição da camada de ozônio, até o fim de 2000, estes gases foram excluídos do Protocolo de Quioto. Todos os demais GEE abordados pelo Protocolo de Quioto tiveram seu GWP padronizados em relação ao CO2, baseado nas informações do 2º. Relatório de Avaliação do IPCC sobre os efeitos dos gases de efeito estufa para um horizonte de tempo de 100 anos, de acordo com o fator de equivalência em relação ao dióxido de carbono mais potente, de modo que suas reduções são representadas em unidades de CO2-e, conforme as decisões 4/CP.1 e 9/CP da Conferência das Partes. O dióxido de carbono – CO2 não tem um tempo de vida específico por estar num ciclo contínuo com a atmosfera, os oceanos, a biosfera terrestre. Aproximadamente metade do CO2 emitido para a atmosfera é eliminado numa escala de tempo de 30 anos, outros 30% ao longo de poucos séculos e os 20% restante permanecerá na atmosfera durante milhares de anos. O tempo de vida do metano – CH4 e do óxido nitroso – N2O incorporam efeitos indiretos da emissão de cada gás em seu próprio tempo de vida, sendo de 12 anos para o CH4 e 114 anos para o N2O. A maioria das substâncias que contém cloro, flúor e bromo tem vida suficientemente longa para se misturar em toda a atmosfera antes de serem destruídos, de forma que suas relações de mistura são praticamente constantes em toda a troposfera. Os perfluorocarbonos e o hexafluoreto de enxofre têm moléculas muito duradouras e suas emissões contribuem para elevar a temperatura do clima em escalas temporais podendo superar os 1.000 anos.Marco Alegre
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