AQUECIMENTO GLOBAL
O aquecimento global é atualmente considerado o mais urgente dos problemas ambientais vividos pela humanidade. O ano de 2015 terminou como o ano mais quente já registrado, superando, assim, o de 2014, que detinha a marca anterior. Dos 16 anos mais quentes desde 1880 (quando começaram os registros), o mais antigo é 1998 – os outros 15 são do século 21. Entre os culpados estão o El Ninõ, que ainda acontece, a emissão de gases-estufa, o desmatamento e a urbanização. Os dados são da NOAA (agência americana responsável pelos oceanos e atmosfera) e da NASA (agência espacial americana). E 2016, a confirmar-se a previsão do Met Office (agência meteorológica britânica) ultrapassará ambos. Em climatologia, usa-se o termo “anomalia” para indicar uma mudança climática em relação ao referencial – no caso, a temperatura média global do século 20 (13,9°C). No ano passado, essa anomalia, ou seja, o aumento em relação à temperatura média global – em terra e nos oceanos – foi de 0,9°C. Tais registros se referem à temperatura média da atmosfera terrestre. No caso de 2015, ela esteve cerca de 1°C acima dos níveis anteriores ao século 19, quando se acelerou o uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) e a consequente emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono – CO2. A temperatura das massas de ar sofre grande influência da que se observa nos oceanos. Esta também se encontra em níveis inéditos. A principal anomalia se localiza no Pacífico, onde uma imensa bacia de águas anormalmente aquecidas se acumulou a oeste da América do Sul, fenômeno batizado como El Ninõ. Os anos de ocorrência observam intervalos muito irregulares – desde a década de 1960, houve nove deles. Seus efeitos são bastante conhecidos: no caso do Brasil, chuvas intensas no Sul e secas pronunciadas no Nordeste e na Amazônia. O presente El Ninõ, é um dos mais fortes já medidos, é em grande parte o responsável pela proeminência de 2015 entre os anos escaldantes. Em realidade, evidencia-se que El Ninõs ocorrem agora contra o pano de fundo de um planeta já aquecido pela concentração crescente de gases do efeito estufa. O Met Office baseia sua predição de novo recorde precisamente na certeza de que a edição atual do fenômeno continuará vigoroso em 2016. Sob esta ameaça à vida tal qual a conhecemos, devido ao rápido aquecimento de nosso planeta, os governos inauguraram uma nova era de cooperação global, quando 195 nações que integram a Convenção da ONU sobre Mudança do Clima chegaram a um novo pacto. Não obstante, foram necessários 18 anos de negociações, após o Protocolo de Quioto, para que se adotasse o Acordo de Paris. Este documento consagra metas voluntárias de redução de emissões, pela primeira vez para todos os países. Entretanto, mesmo elas são insuficientes para manter-se no limite de segurança que o acordo preconiza, máximo de 2°C de aquecimento sobre as temperaturas pré-industriais – de preferência 1,5°C. Para Paulo Artaxo, professor da USP e membro do IPCC (Painel Internacional de Mudança Climáticas da ONU), a sorte já foi lançada. “É um processo que já está ocorrendo e vem se intensificando. Nas próximas décadas, vamos ter de lidar com climas quentes, precipitações intensas e estiagem prolongada, como a que afetou São Paulo nos últimos dois anos. A instabilidade climática vai continuar”.Marco Alegre
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